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Linfogranuloma venéreo (LGV): o que é essa Infecção Sexualmente Transmissível?

Linfogranuloma venéreo (LGV) é uma Infecção Sexualmente Transmissível

Linfogranuloma venéreo (LGV) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada por cepas específicas de Chlamydia trachomatis. Em vez de se manifestar como uma proctite simples, uretrite peniana ou cervicite do colo do útero, o LGV se apresenta como uma infecção profunda que afeta o tecido linfático.

O LGV é causado pelas cepas L1, L2 e L3 da Clamídia e é considerado endêmico (de circulação constante) na América do Sul, com diagnósticos mais frequente entre homens que mantêm relações sexuais com homens.

Fases do linfogranuloma venéreo (LGV)

O linfogranuloma venéreo (LGV) se apresenta em três fases, que serão descritas a seguir.

Fase 1 do LGV

Os sintomas começam três dias após o contato com uma pequena lesão de pele no local de penetração do patógeno. Essa ulceração normalmente evolui rapidamente para a cura espontânea e, muitas vezes, não é notada pelo paciente.

Nos pacientes que mantêm relação sexual anal, o quadro tem o curso de uma proctite infecciosa intensa, com processo inflamatório, com sintomas como:

  • Úlceras;

  • Pólipo inflamatórios;

  • Pus durante o exame proctológico.

Fase 2 do LGV

A fase 2 do LGV começa entre duas e quatro semanas de infecção, com aumento dos linfonodos na região inguinal – isto é, órgãos de nodulares, repletos de células de defesa, que concentram as bactérias para tentar conter a infecção.

Eles vão crescendo, se tornando sensíveis e aderidos, formando massas grandes, amolecidas e flutuantes (bubões, ou melhor, tumores).

Dessa forma, o paciente apresenta quadro de febre e mal estar, dor nas costas e na pelve (principalmente em mulheres). Além disso, fístulas podem se formar entre a pele, e os linfonodos podem apresentar eliminação de pus e sangue.

Fase 3 do LGV

Na terceira fase do linfogranuloma venéreo, as lesões se curam, formando cicatrizes, mas as fístulas podem persistir e tornarem recidivantes, ou seja, surgirem novamente.

As infecções do LGV podem causar danos permanentes no sistema linfático, o que gera dificuldade de drenagem da linfa pelo organismo. Isso pode significar um quadro de elefantíase, por exemplo, que é a dilatação da área pelo acúmulo de líquidos.

Como é feito o diagnóstico do LGV

Para fazer o diagnóstico do LGV, é preciso fazer uma análise minuciosa da história de pacientes com ínguas, bem como com associação a úlceras genitais e sintomas de proctite. A presença dos bubões também ajuda a diagnosticar pessoas doentes.

É interessante destacar que as Clamídias crescem em culturas específicas de células, mas esse processo de diagnóstico é demorado. Portanto, os métodos mais utilizados são a detecção de anticorpos ou testes de amplificação do ácido nucleico (reação em cadeia da polimerase).

Como é o tratamento do linfogranuloma venéreo

O tratamento do linfogranuloma venéreo consiste no uso de antibióticos, mas vale lembrar que o tempo de terapia é prolongado, isto é, idealmente 21 dias, com uso de tetraciclinas ou macrolídeos.

Os pacientes que apresentam massas muito grandes no local dos bubões podem ter a área puncionada e aspirada para diminuir o desconforto.

Já os parceiros que tiveram contato sexual, em período dos 60 dias antes do início dos sintomas, devem ser avaliados com testes diagnósticos e, assim, tratados da mesma maneira que a proctite infecciosa.

Consequências graves

As consequências dessa Infecção Sexualmente Transmissível podem ser definitivas, ou seja, as fístulas podem persistir. Além disso, alguns pacientes podem apresentar estenose (estreitamento) anal cicatricial, e outros podem apresentar quadros de elefantíase, como mencionado anteriormente.

O tratamento dessas consequências pode exigir cirurgias reparadoras, drenagens e dilatações.

Portanto, como em todas as IST, devemos sempre investir em prevenção, isto é, com uso de preservativos nas relações sexuais, além de higiene e cuidados pessoais.

Cuide-se!

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