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Doença pilonidal: técnicas de tratamento mais utilizadas


Doença pilonidal gera muito incômodo aos pacientes

A doença pilonidal é uma condição frequente e potencialmente debilitante. A origem desse problema é o pelo que fica dentro da pele e provoca uma reação inflamatória na região.

Já falamos sobre questões gerais desse tema neste texto anterior e, agora, vamos abordar o tratamento cirúrgico e as principais técnicas utilizadas para solucionar o problema.

Doença pilonidal age como “corpo estranho”

É importante lembrar que a presença de pelos inadequados na região do sulco interglúteo (a parte entre as nádegas) e que penetram na pele causam uma reação de corpo estranho ao organismo. Isso é o que leva a uma inflamação e infecção.

O processo acaba criando um espaço vazio, que pode ser preenchido por secreção purulenta, e virar um abscesso, ou por resíduos que vão se drenando por orifícios, formando as chamadas fístulas.

Todas as técnicas de tratamento visam a retirada desses pelos, impurezas e restos celulares presentes na cavitação.

Cirurgia para tratar doença pilonidal

A doença pilonidal tem tratamento basicamente cirúrgico, e a remoção completa dos pelos da região é fundamental para o resultado satisfatório. Alguns pacientes podem ter apenas a recomendação de manter a região depilada, caso apresentem pouco ou nenhum sintoma, ou mesmo processo inflamatório ativo.

Além disso, eliminar os pelos do local ajuda no controle de uma possível contaminação da região, bem como pode diminuir o risco de retorno da doença, após um procedimento cirúrgico.

Avaliação da doença pilonidal

Para avaliar a possível cirurgia do cisto pilonidal, o médico deverá fazer a manutenção da drenagem de secreção por orifícios, além de acompanhar inflamações recorrentes e sintomas de dor local.

As técnicas indicadas para cada paciente variam conforme a extensão e a profundidade das incisões e ressecção, assim como a utilização de materiais especiais, tempo de recuperação, dor, risco de complicações e custo.

Técnicas cirúrgicas de cisto pilonidal

As técnicas mais consagradas para operar cisto pilonidal envolvem:

  • Abertura da pele;

  • Curetagem (raspagem) do processo inflamatório e de resíduos;

  • Diferentes modalidades de reconstrução da região operada (chamado defeito cirúrgico).

O defeito cirúrgico pode ser fechado por completo com pontos ou parcialmente (marsupialização) ou, então, poderá ficar aberto para cicatrização espontânea.

As feridas fechadas evoluem com cicatrização completa, mais rápida, e os pacientes retornam ao trabalho mais rapidamente.

É importante ressaltar que a taxa de retorno da doença, quando a ferida é deixada aberta para cicatrizar espontaneamente (fechamento secundário), pode ser até 60% menor que o fechamento total do defeito de pele. Já o fechamento parcial parece apresentar características dos dois tipos de técnica.

Existem algumas técnicas para tratar doença pilonidal

Resultado das técnicas cirúrgicas

Algo que parece ter grande influência no resultado das técnicas fechadas é o fato de desviar a pressão dos pontos da linha média do corpo (a divisão entre o lado direito e esquerdo).

Outras maneiras de melhorar a cicatrização são a utilização de retalhos (uso de outro segmento de pele) ou a realização de incisões de relaxamento lateral, isto é, como a técnica de Bascom, que “afrouxa”, tira a pressão sobre a incisão cirúrgica.

A técnica de Bascom em específico envolve um delicado tratamento dos pontos de penetração dos pelos abaixo da pele e dos de drenagem. Posteriormente, os orifícios são fechados com pontos, e é feita uma incisão de relaxamento, que desvia a pressão dos pontos que ficam na linha média.

Avanços de retalho para cisto pilonidal

Alguns pacientes têm doenças que se tornam recorrentes. Com isso, a pele sofre tamanha deformação que torna impossível o fechamento do defeito do defeito apenas com a aproximação por pontos. Assim, faz-se necessário a mobilização da pele de uma área doadora e deslocamento desta para o local doente.

Em outras palavras, esse procedimento é chamado avanço de retalho.

Dependendo do médico que realiza a técnica, do desenho e da profundidade atingida, ela pode receber nomes como: Limberg, Karydakis, romboide (forma de trapézio), miocutâneo, entre outros.

Os avanços de retalho são alternativas eficazes para o tratamento da doença pilonidal grave ou recorrente, mas exigem grande experiência do cirurgião e apresentam mais riscos de complicações.

Cirurgias por via endoscópica

A partir de 2014, técnicas minimamente invasivas, como a ablação vídeo-assistida do sinus pilonidal (sigla em inglês VAAPS), passaram a ser introduzidas. Elas apresentaram resultados promissores em estudos com pequeno número de pacientes e acompanhamento de curto prazo.

A técnica envolve a passagem de um endoscópio rígido (aparelhagem semelhante ao VAAFT, já apresentado em post anterior) e remoção dos pelos e dos debris que podem ser visualizados. Além disso, o procedimento leva à destruição térmica dos tecidos que revestem as fístulas.

Técnicas específicas de tratamento do cisto pilonidal são muito benéficas

Como a passagem do aparelho é feita por incisões pequenas nos próprios orifícios de drenagem da doença, o dano externo é pequeno, e a recuperação do paciente é geralmente muito rápida.

Resultados e pós-operatório

Por meio da técnica endoscópica para tratar doença pilonidal, os resultados no curto e no médio prazo são bons, e a recuperação pós-operatória e retorno ao trabalho são rápidos e com pouca dor.

Porém, esse procedimento exige material especial com custo elevado e com equipe cirúrgica com experiência.

Existe um ditado em medicina: “se existem muitas técnicas para o tratamento de uma doença, é porque nenhuma é perfeita”. Pensando nisso, o paciente sempre deve conversar com seu médico para saber qual é o melhor tratamento para o seu caso. O médico, por sua vez, deve conhecer várias técnicas para poder oferecer a de maior chance de resolução e menor sofrimento para cada pessoa, individualmente.

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