O brasileiro em geral ingere muito sal, seja por excesso de alimentos ultraprocessados ou por costume ambiental e familiar.
Viemos de uma cultura rural que, recentemente, evoluiu para a industrialização. Porém, os velhos hábitos demoram a mudar, e os conceitos que vêm desde a época em que o sal era utilizado na conservação de alimentos ainda não se modificaram de maneira difusa em nossa sociedade.
Talvez esse seja um problema pequeno perto da disponibilidade e acessibilidade dos alimentos industrializados em nosso meio.
O sal “escondido”
Nesta semana, sentei com meus pais em uma discussão sobre tipos alimentares e me assustei com a quantidade de sódio disponível em um pacote de macarrão instantâneo de certa marca.
Eram incríveis 1.410 mg de sódio (informações do site do fabricante), o que representa mais da metade do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para a ingestão diária para um adulto.
Vamos entender o que isso significa?
O sódio é um dos componentes do sal de cozinha, mas não o único, já que está associado ao cloro na proporção de meio a meio. Além disso, no caso do Brasil, o iodo é acrescentado.
Em outras palavras, para cada grama de sal, temos 400 mg de sódio, o que numa conta rápida determinaria que a máxima quantidade diária de consumo seria em torno de 5 gramas, menos que uma colher de chá.
Sódio é benfeitor e vilão
O sódio é indispensável para nossas vidas, sem ele nossos nervos não funcionam bem, o conteúdo líquido dos órgãos fica desequilibrado e, em casos extremos, poderíamos chegar até a morte.
Por outro lado, o excesso de sal é prejudicial à saúde, principalmente a longo prazo. O consumo exagerado de sódio está relacionado diretamente com:
Doenças cardiovasculares (como hipertensão arterial);
Doenças renais;
Câncer de estômago;
Outras.
Às vezes, a pessoa acha que ingere pouco sal. Porém, durante o preparo dos alimentos, o sal de cozinha já é utilizado e, então, vem a adição de sal para temperar na hora de comer.
Isso aumenta muito a quantidade ingerida, podendo ser prejudicial à saúde por ultrapassar a quantidade recomendada.
Todo cuidado com o sal é pouco
O que podemos fazer para diminuir as chances de complicações pelo excesso de sódio? Existem dicas simples que podem auxiliar na hora de controlar o consumo de sódio na dieta.
1. Descasque mais, desembrulhe menos
Evite alimentos industrializados e ultraprocessados e, principalmente, olhe nas informações nutricionais a quantidade de sódio contida neles.
2. Evite salsichas, presunto etc.
Alimentos embutidos e em conserva costumam ter grande quantidade de sódio, então, evite-os.
3. Tenha cuidado com os temperos prontos
Aquele temperinho do macarrão instantâneo, entre outros, pode representar um grande problema. O gosto dos condimentos pode mascarar o excesso de sódio.
4. Evite colocar sal após o preparo
Evite colocar sal para temperar saladas e petiscos ou após o preparo dos alimentos. Sabe aquela batatinha frita sequinha, ou mandioca? Tente comer sem acrescentar nada! Tudo é costume!
5. Prefira comida feita em casa
Se puder, dê preferência para alimentação feita em casa, pois fica mais fácil para que você controle a quantidade de sal no preparo.
6. Invista em outros temperos
Use artifícios para temperar que não contenham sódio, como o suco de limão, vinagre, cúrcuma e ervas.
Excesso de sódio faz mal
Infelizmente, muitos não acreditam no mal que o excesso de sódio faz, por não sentir nada de imediato.
Porém, na vida, devemos pensar com um olho no horizonte e que, com o tempo, vamos colher os frutos de nossas decisões.
Vamos tentar fazer boas escolhas agora!