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Alimentos ultraprocessados causam câncer?

Qual é a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a chance de desenvolvimento de câncer de intestino? Apesar de todas as campanhas sobre a importância de hábitos saudáveis, vivemos uma epidemia de alimentação industrializada e ultraprocessada.


Esse costume na nossa forma de alimentação se deu principalmente por modificações sociais, econômicas e culturais. O poder do marketing da indústria alimentícia, o menor preço e a comodidade na preparação e conservação contribuem demais para o crescimento cada vez maior desse consumo, principalmente no Ocidente.


Mas para darmos a real importância a relação entre ultraprocessados e câncer, primeiro temos que saber o que são esses alimentos.


O que são alimentos ultraprocessados?

Alimentos ultraprocessados são formulações em que as indústrias têm maior manipulação, isto é, com mais de cinco ingredientes e que normalmente contêm substâncias adicionais como:

  • Açucares;

  • Gorduras;

  • Sódio;

  • Aditivos (conservantes, corantes, estabilizantes etc).

Entre os exemplos de alimentos ultraprocessados, temos os refrigerantes, refeições prontas e produtos industrializados, todos produzidos em massa, ou seja, em larga escala.


Qual é a ligação entre ultraprocessados e câncer?

Um estudo produzido na Espanha com aproximadamente oito mil participantes avaliou – entre outros tumores – a relação entre o câncer de intestino e a dieta.


Foi uma análise retrospectiva, que avaliou e comparou pessoas que apresentavam lesões malignas de intestino e indivíduos com características demográficas semelhantes, bem como quais eram as características da dieta e hábitos de vida prévios.


Os pesquisadores encontraram um aumento de:

  • 10% na chance de desenvolvimento de câncer de colón em pessoas com alta ingestão de alimentos ultraprocessados;

  • 11% no caso das bebidas ultraprocessadas.

Por que ultraprocessados podem causar câncer?

O autor sugere que essa relação pode ser determinada pela presença de elementos potencialmente carcinogênicos nas formulações, mas também pela baixa ingestão de fibras, frutas e vegetais por esses indivíduos.


É importante ressaltar que, apesar de esse estudo ser bastante relevante, com um número muito grande de pesquisados, a dieta que cada indivíduo ingeria era determinada por suas convicções e preferências. Isso determinou grande variação individual e maior dificuldade de análise do papel de cada tipo de grupo alimentar no risco de desenvolvimento de doença.


Segundo a análise do estudo, os alimentos proporcionalmente mais consumidos foram:

  • Bebidas açucaradas;

  • Doces;

  • Refeições prontas;

  • Carnes processadas.

O que dizem outros estudos sobre ultraprocessados e câncer?

Outros autores também já avaliaram se ultraprocessados causam câncer e estabeleceram um aumento significativo do risco de desenvolvimento de tumores malignos e o consumo de outros alimentos como:

  • Carnes defumadas;

  • Churrascos;

  • Embutidos (salsicha, por exemplo).

Sabendo disso, cabe a nós, médicos e pacientes, intervir nesse processo. Em outras palavras, textos e vídeos sobre alimentação saudável e como inserir comida de “verdade”, de maneira fácil e econômica estão por todo o lado.

Comida de verdade, e não alimentos ultraprocessados, ajuda a prevenir o câncer
Comida de verdade, e não alimentos ultraprocessados, ajuda a prevenir o câncer

O que não dá é para deixar a preguiça e as cores vibrantes dos rótulos nos induzirem ao consumo exagerado de calorias de baixo valor nutritivo. Ou seja, fiquem atentos, e vamos juntos tentar descobrir o caminho para a manutenção da saúde.


Prevenção primária do câncer de intestino

Na campanha de prevenção contra o câncer de intestino de 2020, publicamos um post falando sobre a prevenção primária. Ela é a intervenção com maior valor na diminuição da incidência das neoplasias malignas em nível populacional.


Cada pequena modificação no hábito de vida, como inserção de exercícios físicos regulares, aumento do consumo de fibras, hidratação frequente, cessação do tabagismo e controle do etilismo, bem como consultas médicas de rotina, são extremamente eficazes e trazem ganhos a longo prazo para todos.


Lembrem-se disso e levem esta mensagem: o ganho de um indivíduo que não fica doente é sempre muito maior do que aquele que tem que passar por um tratamento e sofrimento em busca de uma possibilidade de cura.


Até mais, pessoal!

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