Nesta semana, vários veículos de comunicação publicaram em seus sites sobre um recente estudo na Europa que teria identificado que as mortes por câncer de intestino estão diminuindo.
A pesquisa de grande importância, que abordou aspectos relacionados à prevenção de mortes por câncer no decorrer do tempo entre 1988 e 2021, foi publicada na Europa e realizada com a base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros sites sobre câncer acerca dos cinco países mais populosos da Europa e o Reino Unido.
O que revelou o estudo?
Realmente, o estudo identificou uma queda na mortalidade estimada para o câncer de intestino no período estudado. Esse fato foi atribuído ao papel relevante da prevenção secundária com o uso de pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia e retossigmoidoscopia, que reduzem tanto a ocorrência quanto a mortalidade por câncer em até 40%.
Quando avaliamos todo o estudo, ele levanta outros fatores para diminuição da incidência de câncer que devem ser estimulados, como:
Cessação do tabagismo
Redução da ingestão de bebidas alcoólicas
Controle da obesidade
Diminuição de exposição a carcinógenos ocupacionais e ambientais.
A pandemia de Covid-19 foi o único fator relacionado com a piora dos resultados das políticas de prevenção.
Mas as mortes por câncer de intestino realmente caíram?
Ótima pergunta! Temos que colocar algumas ressalvas…
Apesar de nos trazer grande felicidade que esses achados corroboram com o fato de que prevenção é a melhor abordagem contra o câncer de cólon e reto, os resultados desse estudo não podem ser extrapolados para o Brasil.
Quando vemos uma manchete como as que foram veiculadas durante a última semana, sentimos uma falsa sensação de tranquilidade, o que não é verdade.
Câncer de intestino não está diminuindo no Brasil
A ocorrência do câncer de intestino não está diminuindo no Brasil e, infelizmente, como grande parte da população não tem acesso a políticas de prevenção de câncer, seja por indisponibilidade ou por desinformação, a maioria dos diagnósticos é feita em uma fase avançada da doença, o que aumenta a chance de morrer.
O fato de o estudo ter sido feito em um número limitado de países, que são desenvolvidos e com menor nível de desigualdade, serve como guia para onde devemos ir, mas não pode ser interpretado como uma diminuição efetiva de mortes por câncer.
Realidade do aumento nos casos de câncer
Por sinal, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, que pertence à Organização Mundial da Saúde, divulgou no dia primeiro de fevereiro de 2024 que a expectativa é que haja um aumento de 98,6% nas mortes por câncer no Brasil até 2050.
E as causas apontadas pela agência como causadoras desse aumento são justamente aquelas que o estudo europeu indicou como as mais importantes para a prevenção do câncer:
A população está ficando mais idosa.
O controle de fatores de risco como obesidade, exposição ao álcool, tabaco e poluição é deficiente em nosso país.
Conclusão
Que tal levarmos esta mensagem para reflexão? O câncer de intestino tem cura e mortes podem ser evitadas por meio da implementação de políticas de prevenção, realização de exames no momento correto e tratamento bem indicado.
AGORA, O PRINCIPAL É CADA UM FAZER A SUA PARTE!
Já abordamos em vários nossos textos os preceitos de vida saudável, bem como quando iniciar medidas de prevenção e identificar sinais de alerta para procurar ajuda médica. Que tal ler aqui mais conteúdo sobre câncer de intestino para refrescar a memória?
Bom Carnaval a todos!!! Curtam com moderação!
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