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Antibióticos podem causar câncer de intestino?

Ei, pessoal! O tema deste texto está “saindo do forno”, super em voga e foi apresentado no congresso da ASCO – sigla em inglês para Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que ocorreu entre os dias 4 e 8 de junho de 2021.


O uso indiscriminado de antibióticos pode causar de câncer de intestino? Vamos buscar responder a essa pergunta ao longo do texto. Acompanhe!


Antibióticos e câncer de intestino

Desde o final dos anos 80, temos observado um aumento do uso de antibióticos, tanto por indicação médica, quanto por automedicação e também pela indústria de produção de alimentos.


Já a incidência do câncer de intestino tem aumentado, principalmente em populações mais jovens (menor de 50 anos).


Alguns estudos haviam estabelecido uma possível relação causal entre o uso dessas medicações e esse aumento na frequência, mas a maioria das pesquisas estava relacionada à população idosa.


Novidade em pesquisa sobre antibióticos e câncer de intestino

Neste ano, no encontro anual da ASCO e também no da Sociedade Europeia de Oncologia foi apresentado o sumário de um estudo, a ser publicado, que correlaciona o uso de drogas antimicrobianas com os tumores de intestino.


O estudo, que leva em consideração principalmente adultos jovens, observou aumento de quase 50% da chance de desenvolvimento da doença. Em outras palavras, esses dados são alarmantes, visto que o uso de antibióticos cresceu 65% entre os anos de 2000 e 2015 em todo mundo.


É certo que antibiótico causa câncer de intestino?

Antes de tudo, precisamos lembrar que não apenas o uso de antibióticos tem aumentado, como os hábitos de vida não saudáveis também têm se proliferado.


Isto é, vivemos uma epidemia de obesidade, consumo de alimentos ultraprocessados, gordurosos em excesso, salgados demais ou exageradamente doces. O tabagismo e o excesso de consumo de bebidas alcoólicas também desempenham papel importante no desenvolvimento do câncer.


Entretanto, o estudo apresentado no congresso internacional usou uma base de dados robusta, com acompanhamento de mais de 8.000 pessoas na Escócia.


O que os pesquisadores observaram é que o uso de antibióticos parece afetar mais os jovens como já vimos, mas também aumentam o risco dos mais velhos em até 9%. Os tumores mais comuns são os de intestino direito, sendo as quinolonas e o sulfametoxazol e/ou trimetoprim os medicamentos mais associados ao câncer de intestino.


Por que antibióticos têm relação com o câncer de intestino?

Já publicamos aqui no blog sobre a importância do microbioma em nosso trato gastrointestinal – ou seja, o conjunto de seres que povoam as paredes de nossos intestinos e são responsáveis pelo equilíbrio entre fatores nocivos e benéficos.

O microbioma é muito importante para o nosso trato gastrointestinal
O microbioma é muito importante para o nosso trato gastrointestinal

Porém, quando há um desbalanço entre essas forças e há o predomínio das bactérias e produtos maléficos, a chance de desenvolvimento de tumores malignos é aumentada. Não estamos falando só do efeito direto desses microrganismos, mas da capacidade do próprio organismo de depurar, destruir, modificar e diluir substâncias cancerígenas.


Então, os antibióticos são vilões?

Claro que não. Os antibióticos foram responsáveis por uma das maiores evoluções na medicina, e muitos de nós hoje só estamos vivos por causa deles. O problema é o uso sem indicação, o uso “por via das dúvidas”, por “excesso de zelo” e por prevenção – situações cada vez mais comuns, e isso é sério!


Essas informações todas são relativamente novas e devem ser analisadas mais profundamente para evitar que chegamos a uma conclusão precipitada, simplificada e consequentemente errada.


Mas o que deve ficar de mensagem é que, indiscutivelmente, os antibióticos têm papel fundamental no tratamento de doenças e na sobrevivência de indivíduos, mas seu uso deve ser indicado conforme o quadro clínico e a análise de profissional competente – nunca como medida de automedicação.


Sintomas servem como alerta para ir ao médico

Além do que falamos, se existe uma observação de doenças malignas do cólon e reto em pacientes cada vez mais novos, as queixas intestinais dessas pessoas devem ser levadas a sério. Ou seja, a investigação não deve ser postergada quando sinais de alerta estão presentes.


Não é porque a pessoa é jovem que aquela dor abdominal “não é nada”. Então, seguem abaixo os principais sintomas que devem ser avaliados por um médico:

  • Sangramento por via anal (principalmente se houver coágulos, sangue misturado dentro da massa fecal ou diarreia de sangue);

  • Alteração do hábito do intestino (por exemplo, uma pessoa que sempre teve intestino preso e fica com diarreia, que não melhora – ou o contrário dessa situação);

  • Presença de catarro ou pus nas fezes;

  • Dor abdominal que persiste por dias;

  • Emagrecimento sem causa aparente;

  • Anemia sem explicação.

Se quiser aprofundar mais sobre o tema, seguem links científicos abaixo!

Cuidem-se! Até a próxima semana!


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