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Prevenção do câncer de intestino: por que você precisa pensar nisso?

Por que todos nós precisamos pensar na prevenção do câncer de intestino? A resposta para essa pergunta parece ser simples. Se todos nós temos intestino, e o câncer pode ocorrer nesse órgão, todos deveríamos nos cuidar para prevenir a doença, certo?


Vários pacientes perguntam sobre a idade em que devem começar a fazer prevenção e com que método. Mas, por trás dessas dúvidas, existem muitos estudos e ciência.


Como deve ser a prevenção do câncer de intestino


Para uma efetiva prevenção do câncer de intestino, nós precisamos considerar alguns fatores. O tipo de política de rastreamento feito pela população e as recomendações feitas pela prática médica vão depender de alguns pontos, como os que vamos listar ao longo do texto.


1. Frequência, faixa etária e gênero


Algumas perguntas que devemos fazer sobre a prevenção do câncer de intestino são:

  • A frequência desse tipo de câncer é significativa?

  • Qual é a faixa etária é mais frequente?

  • Acontece em ambos os gêneros?

Os esforços de prevenção devem ser feitos para detectar lesões frequentes na população. Ou seja, uma doença rara não indica a necessidade de ações preventivas generalizadas e, sim, para uma população específica que teria esse risco.


Também, não há sentido em realizar exames em uma faixa etária ou em um gênero em que um câncer não ocorre.


2. Qual é o custo do exame de prevenção do câncer de intestino?


Um planejamento de prevenção de câncer deve ser autossustentável, isto é, que traz benefícios inclusive para as instituições responsáveis.


Se o custo da implementação dos exames de rastreamento for mais caro que o tratamento do problema, não há como justificar que essas avaliações devem ser feitas.


3. Quantos pacientes precisam fazer o exame para que um seja beneficiado?


Mesmo em casos de cânceres frequentes, os exames utilizados precisam ser eficientes no sentido de trazer ganho para a população. Em outras palavras, se os exames não têm precisão (acurácia) adequada, isso significa que a pessoa é exposta a um risco sem benefício. Por isso, o rastreamento – exames preventivos – tem que tornar possível o aumento na sobrevida das pessoas que forem submetidas a ele.


Por exemplo, quando falamos que a idade para início da prevenção do câncer de intestino passou de 50 para 45 anos, esses quesitos foram levados em conta. É por isto que, em casos de síndromes genéticas, em que os cânceres são ainda mais frequentes, os exames preventivos devem ser mais precisos e o começo do rastreamento mais precoce.


Foi preciso muito tempo de estudo para que o rastreamento para câncer de cólon e reto se mostrasse custo-efetivo. Mesmo assim, o método a ser escolhido para a prevenção da doença ainda é motivo de debate, e não é definido de maneira global.


Isto é, cada país deve ter recomendações próprias, baseadas na disponibilidade do método, custo e características demográficas.


Prevenção de câncer é um papel de todos


Como já discutido em vários posts do blog, a prevenção primária do câncer de intestino consiste nas medidas que o próprio indivíduo toma, como dieta, atividade física frequente, entre outras.


Todos nós devemos ser ativos na prevenção do câncer de intestino
Todos nós devemos ser ativos na prevenção do câncer de intestino

Já a prevenção secundária é sobre o que estamos trazendo ao longo desse texto: exames para identificar lesões pré-malignas que vão se malignizar. Mas, então, por que todos nós devemos pensar em prevenção?


Todos devemos pensar em prevenção porque cabe a nós adotarmos medidas que mitiguem a chance de uma lesão maligna aparecer e também realizar os exames preventivos na idade adequada e com o método adequado. Além disso, poucos países conseguem ou têm a capacidade de implementar uma política de rastreamento que atinja a toda população.


Prevenção terciária do câncer de intestino


Com essas respostas em mente, agora vem o conceito de prevenção terciária – ou precoce. Essa prevenção tem como objetivo identificar as lesões, ou seja, o câncer propriamente dito o mais precocemente possível. E, assim, instituir o tratamento para melhorar a chance de quantidade e qualidade de vida.


Nesse sentido, o conceito de autoconhecimento deve falar mais alto, pois saber que há algo de errado com o organismo é muito importante. Alguns exemplos que ajudam a acender o alerta:

  • Desconforto abdominal que persiste e vai piorando;

  • Cólicas conforme o funcionamento intestinal;

  • Mudanças na consistência e/ou coloração das fezes.

Esses são alguns dos sinais e sintomas importantes para levar uma pessoa a procurar um médico, como um coloproctologista.


Se possível, procure o médico o quanto antes


Em uma população com desigualdades sociais tão profundas como a brasileira, nem todas as pessoas poderão ter acesso aos exames indicados na hora certa. Entretanto, quando um ser humano consegue parar por alguns momentos e observar pequenas características sobre seu organismo, ele poderá fornecer informações importantes a quem o assiste.


O câncer de intestino é uma das doenças em que, quanto antes for feito o diagnóstico, maior será a chance de cura!

Por isso, não acredite na frase “câncer não tem cura”. Com os avanços no tratamento, as taxas de sobrevida livre de doença ultrapassam os 70%, no geral.


Acreditem na ciência, apoiem a boa medicina! Até breve.

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