A diarreia consiste no aumento da excreção de fezes, isto é, pode ser uma eliminação em maior quantidade ou em maior frequência. E, geralmente, esse quadro é caracterizado por dejetos mais amolecidos e ácidos.
Na grande maioria dos casos, a diarreia é um sintoma autolimitado, ou seja, que cessará espontaneamente, além de não representar grandes riscos a saúde e vida das pessoas.
Em outros casos, ela pode ter alguma associação com Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). Ao longo do texto, vamos explicar melhor tudo isso. Acompanhe!
Causas da diarreia
A diarreia é a manifestação de que algo está errado no trato gastrointestinal e pode ser causada pelos mais diversos problemas. Alguns exemplos estão listados abaixo:
Infecção;
Doenças Inflamatórias Intestinais (DII);
Falta de circulação sanguínea no intestino;
Supercrescimento bacteriano;
Alergias;
Doenças disabsortivas;
Essa queixa é extremamente comum, mas há algumas diferenciações. Por exemplo, sintomas que duram menos de 14 dias caracterizam uma diarreia aguda. Por sua vez, se o quadro ocorrer por 14 a 30 dias, ela é considerada persistente, enquanto a duração acima de 30 dias indica uma diarreia crônica.
O tempo de duração da diarreia é extremamente importante para o raciocínio do médico, bem como as características de sua apresentação clínica. Por isso, é fundamental que o paciente relate ao especialista tudo que está acontecendo.
Investigação da diarreia
Algumas informações que os pacientes devem considerar e que precisam ser abordadas na consulta com o médico são:
Há quanto tempo os sintomas iniciaram?
Você teve ou está tendo febre, sangramento, muco ou catarro nas fezes?
Houve perda de peso?
Você está vomitando?
Quantas vezes por dia você está indo ao banheiro?
Como está a consistência das fezes e o volume de cada evacuação?
Você está sentindo dor abdominal ou distensão? Ela é localizada em algum ponto do abdôme ou é difusa?
Os sintomas estão piorando com o tempo?
Você teve relação sexual desprotegida pelo ânus?
Alguma pessoa que mora na sua casa apresentou os mesmos sintomas?
Você usou antibióticos nos últimos 90 dias?
Em outras palavras, as informações a serem consideradas são muitas, mas cada uma delas vai ajudar a esclarecer o que deve ser feito para o diagnóstico e tratamento corretos.
Diarreia e Doenças Inflamatórias Intestinais
Quando é hora de suspeitar que a diarreia tem relação com Doenças Inflamatórias Intestinais? Um dos sintomas que podem estar presentes tanto na Doença de Crohn quanto na Retocolite Ulcerativa, é justamente a diarreia.
O interessante é que, apesar de ambas serem doenças inflamatórias, as fezes vão se apresentar de maneira diferente, de acordo com a doença, a intensidade, a extensão e a localização do problema no trato gastrointestinal.
O que leva à primeira suspeita de uma DII é a persistência dos sintomas e, raramente haverá uma diarreia que cessa em poucos dias nesses casos. Ou seja, a manutenção do quadro por dias e até meses é uma regra e, geralmente, ela não melhora espontaneamente.
Diarreia e Retocolite Ulcerativa
A Retocolite Ulcerativa costuma acometer a parte final do intestino – intestino grosso e reto –, e sua inflamação causa úlceras superficiais. Como essa parte do intestino está mais relacionada à absorção de água e eletrólitos do que de nutrientes, o estado geral do paciente é bom, apesar de os sintomas serem muito desconfortáveis.
Assim, nesse quadro, as principais queixas do paciente são frequência exagerada de idas ao banheiro, sem muitas fezes para sair. Além disso, elas podem conter muco e sangue, e a febre pode ou não estar presente.
Diarreia e Doença de Crohn
A Doença de Crohn, por sua vez, pode se manifestar em qualquer ponto do intestino, mas, o mais comum, é na parte final do intestino delgado – intestino fino. Sendo assim, o paciente apresenta fezes mais líquidas, em maior volume, menor frequência e sem tanto muco e sangue.
Como o problema atinge uma parte do intestino responsável pela absorção dos nutrientes e vitaminas, os quadros de desnutrição e hipovitaminoses são mais frequentes.
Observar e procurar ajuda médica
É importante salientar que o que estamos mostrando aqui são os quadros mais comuns que envolvem a diarreia e as DII. Mas os sinais e os sintomas podem se misturar e, muitas vezes, o diagnóstico é muito complexo e pode demorar anos.
Assim, o objetivo desse post é orientar pacientes sobre quando procurar ajuda, ou seja, não é para levar a pessoa a tentar fazer o próprio diagnóstico. A partir da orientação médica, existem diversos exames que podem auxiliar os profissionais a chegar a uma conclusão, mas a suspeita clínica ainda é o mais importante.
Como mensagem para casa, fica a dica: se você apresenta um quadro de diarreia persistente, associado a outros sintomas que indicam que algo não vai bem, está na hora de procurar o especialista, inclusive para investigar Doenças Inflamatórias Intestinais.
E, no caso de vômitos, febre que não passa, dor abdominal intensa, sangramento volumoso, queda de pressão, queda no volume urinário e mal estar intenso, procure um pronto-atendimento imediatamente!
Conscientize-se!
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