A relação sexual é um dos momentos mais importantes do contato entre pessoas e quando há dor ou desconforto, esse é um problema sério. Esse sintoma é a terceira queixa mais comum de pacientes com endometriose, e até tem nome: dispareunia.
A dor pélvica na endometriose é variável de acordo com:
Profundidade de acometimento
Características individuais da pessoa
No caso da dor durante a relação sexual, ela pode ser relacionada a algumas posições ou frequência, de forma que pode limitar a realização do ato.
Por que ocorre a dor na relação sexual?
Nossos órgãos internos não são fixos e "grudados" uns nos outros, isto é, eles se movimentam, deslizando um sobre os outros. No momento do ato de penetração, o pênis atinge o fundo da vagina e o colo uterino, o que leva à movimentação do útero na pelve e dos órgãos próximos.
Mas e a dor relacionada à endometriose?
O problema é que a endometriose gera fibrose, seguindo aquele processo inflamatório relacionado ao ciclo menstrual. Para saber mais sobre isto consulte nossos artigos:
A inflamação característica da endometriose induz cicatrização, fibrose e aderência que "colam" os órgãos entre si, fazendo com que eles se movimentem menos e em bloco. Esse fator induz ao movimento e alongamento excessivo das estruturas pélvica, gerando dor por estímulos das terminações nervosas.
Além do mais, os nervos também podem estar infiltrados pela endometriose, alterando e induzindo a percepção de dor.
Como melhorar a dor na relação?
A primeira coisa é ter coragem para contar ao seu médico. É um assunto delicado e que pode gerar constrangimento para a paciente, mas saiba que o médico que trabalha com saúde da mulher deve estar preparado para escutar e entender o sofrimento e ajudar.
A dor na relação sexual é um problema que, além de causar perda de qualidade de vida, pode gerar grande estresse nas relações de um casal e até levar a término de relações.
Abaixo, algumas opções para ajudar no controle desse desconforto gerado pela endometriose.
Tratamento hormonal para endometriose
O uso de hormônios anticoncepcionais são ferramentas importantes na abordagem da dor. Algumas pacientes podem ter sua qualidade de vida praticamente restituída com o bloqueio do ciclo menstrual que diminui o processo inflamatório e atividade da doença.
O problema é que nem todas respondem ao tratamento, algumas não podem usar as medicações por razões médicas ou pelo desejo de engravidar. Neste caso, outras opções podem estar indicadas.
Tratamento cirúrgico para endometriose
A cirurgia laparoscópica ou robótica da endometriose pélvica visa a remoção das aderências entre órgãos e liberação das estruturas nervosas envolvidas pela doença, o que tem efeito comprovado na diminuição da dor relacionada ao ato sexual.
É importante ressaltar que esse procedimento não é isento de riscos e, em casos selecionados, pode não ser suficiente para resolver a queixa da paciente.
Relembramos que operar com equipe especializada é fundamental. Cirurgias incompletas geram resultados insatisfatórios.
Mudanças de comportamento
Essas dicas podem ajudar a todas que sofrem de endometriose, mas principalmente para aquelas que não querem ou não podem realizar as opções anteriores sempre há possibilidades que minimizam o sofrimento.
Em outras palavras, é importante explicar ao parceiro sobre suas limitações e verbalizar seu sofrimento e indicar as posições mais bem toleradas.
Além disso, vale sempre escolher o melhor momento para a relação, pois geralmente a dor é mais intensa durante o ciclo menstrual. Ou seja, evitar a penetração nessa época e dar preferência a outras formas de intimidade pode ajudar. A relação sexual não deve se restringir ao ato propriamente dito.
Conclusão
O sexo deve ser um momento de bem-estar e prazer entre seus envolvidos e esperamos que esse texto ajude a dar uma luz sobre o assunto. A dor durante a relação sexual pode ser minimizada quando tratada com o auxílio de uma equipe multidisciplinar.
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