Endometriose: Será que estamos vivendo uma epidemia?
- drbrunoproctologista
- 2 de abr.
- 3 min de leitura
Olá, tudo bem com vocês? Estamos entrando em abril, mas ainda está em tempo de falarmos sobre o Março Amarelo, a campanha de conscientização da endometriose.
Ainda que nossa clínica seja especialista em tratamento de endometriose, o tempo “ficou curto” e acabamos não escrevemos sobre isso no blog no mês passado por conta do Março Azul, a campanha de conscientização sobre o câncer de intestino.
Endometriose é doença que impacta a vida da mulher
Por ser uma doença “benigna”, a endometriose muitas vezes não recebe a devida atenção. Mas considerando sua frequência e as consequências para a vida da mulher, ela merece um foco todo especial.
A pergunta do título, se estamos vivendo uma epidemia de endometriose, foi feita em nossa clínica por uma paciente. Apesar de não ser bem assim, vocês vão se surpreender com algumas informações.
Número de casos de endometriose
Vamos entender o tamanho do problema. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde de 2023, cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela endometriose. Pense nisso: uma em cada 10 mulheres, ou seja, cerca de 190 milhões de pessoas.
A endometriose tem um impacto sério na qualidade de vida, afetando questões sociais, econômicas e de saúde pública. Por exemplo:
Dores frequentes e incapacitantes
Fadiga
Ansiedade
Complicações que podem levar a risco de morte
Dor pélvica é um sintoma comum em casos de endometriose
Fertilidade é impactada em casos de endometriose
A fertilidade é outro aspecto muito significativo da endometriose. Aproximadamente metade das mulheres acometidas têm dificuldades de engravidar, algo que interrompe os sonhos de muitas famílias.
O governo brasileiro está começando a entender melhor o problema e assegurou direito a falta de três dias por mês no trabalho, sem perda de direitos para as mulheres com a doença.
Mas existe uma epidemia de endometriose?
A questão é: será que estamos falando mais da doença ou realmente a sua incidência está aumentando? Para haver uma epidemia, é preciso haver aumento não previsto de casos diagnosticados, o que não parece ser o caso da endometriose.
Aparentemente, duas coisas estão acontecendo aos mesmo tempo:
Avanços na medicina: Os métodos diagnósticos estão melhorando e os médicos estão mais preparados para identificar sinais sugestivos de endometriose.
Acesso à informação: O poder das redes sociais e da alta conectividade das pessoas, além do envolvimento de celebridades falando sobre endometriose, permite que a informação esteja na palma das mãos.
Esses dois fatores acabam fazendo com que cada vez mais possamos ajudar pessoas com endometriose.
Só para se ter ideia, o número de diagnósticos de endometriose pelo SUS aumentaram 76,2% em três anos, saindo de 82.693 em 2022 e chegando a 145.744 em 2024.
Como ajudar quem tem endometriose?
A endometriose causa estigmas em mulheres, que são chamadas de frágeis, questionadas sobre a capacidade de trabalho e até sobre a veracidade do seu sofrimento. Tudo isso atrasa o pedido de ajuda e, consequentemente, o diagnóstico.
Por isso, acolhimento é a palavra de ordem. Ou seja, é necessário dar importância aos sintomas e não se contentar com frases como:
“Mulher sente dor mesmo!”
“Você tem que se acostumar!”
“Você está nervosa!”
Você sabia que muitas pessoas sofrem por 8 a 12 anos até serem diagnosticadas e receberem a abordagem adequada?
Para saber mais sobre a endometriose, seus sintomas, diagnóstico e formas de tratamento, inclusive cirurgia, clique aqui para conferir textos dedicados ao tema.
Informe-se e ajude outras pessoas.
E que venha abril com seus novos desafios!
Sou portadora de endometriose, e realizei a cirurgia com Dr Bruno é uma equipe espetacular. Foram anos de sofrimento, Dr Bruno ouviu minhas queixas, e que sim, o que eu sentia era real. Sigo fazendo acompanhamento com ele. Vc que é portadora de endometriose, pode confiar no Dr Bruno de olhos fechados, que ele está preparado com o que há de mais moderno no tratamento .