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Como o clima afeta a saúde intestinal?

As mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes em nosso dia a dia, e o Brasil tem experimentado altas temperaturas e tempo seco em grande parte do seu território, enquanto outras áreas têm sofrido com chuvas excessivas e alagamentos.


A relação entre o clima e a saúde intestinal é um campo emergente de estudo, com muitas nuances, considerando que o trato gastrointestinal é altamente influenciado por fatores externos.


O clima pode impactar tanto diretamente o funcionamento do intestino quanto indiretamente, por meio de:


  • Alterações no comportamento humano

  • Alimentação

  • Níveis de hidratação

  • Composição da microbiota intestinal


Clima e saúde intestinal: Principais relações

Hoje vamos listar, de maneira simplificada, algumas das alterações que podem ocorrer em nosso organismo frente às mudanças no ambiente.


1. Temperatura ambiental e função intestinal

O calor extremo pode ter um impacto significativo sobre a saúde gastrointestinal.


  • Calor e desidratação

Em climas quentes, o risco de desidratação aumenta, principalmente se não houver reposição adequada de líquidos. A desidratação pode provocar um efeito direto na função intestinal, resultando em constipação.


A água é crucial para a formação e movimentação das fezes, e sem hidratação suficiente, o trânsito intestinal fica mais lento, o que pode agravar a constipação e causar mal-estar.


  • Diarreia induzida pelo calor

Curiosamente, em climas excessivamente quentes, pode ocorrer também o efeito oposto. Um estudo publicado na Lancet Planetary Health encontrou uma correlação entre ondas de calor e aumento na incidência de diarreias, especialmente em regiões tropicais.


Uma explicação sugerida é que o calor altera a permeabilidade intestinal e facilita a entrada de patógenos no sistema digestivo.


2. Influência do clima frio no intestino

Climas frios também têm seus próprios impactos sobre a saúde intestinal, como:


  • Diminuição da atividade física e constipação

Em temperaturas mais baixas, as pessoas tendem a reduzir seu nível de atividade física, o que pode desacelerar o trânsito intestinal. Além disso, a constipação é comum durante o inverno em muitas regiões, especialmente se houver também uma redução na ingestão de água, já que a sensação de sede costuma ser menor em climas frios.


  • Alterações na dieta

Climas frios também levam as pessoas a buscarem alimentos mais calóricos e com menor teor de fibras, o que pode prejudicar a digestão e promover condições como a constipação. A baixa ingestão de fibras contribui diretamente para o trânsito intestinal lento e dificuldades na evacuação.

Homem sentado no sofá, comendo salgadinho e tomando refrigerante
Dias mais frios podem influenciar na dieta e na falta de atividade física

3. Umidade do ar e saúde do intestinal

A umidade do ar também desempenha um papel importante na saúde intestinal, ainda que de forma indireta. O ar seco pode provocar desidratação, principalmente em regiões de clima árido ou durante o inverno em áreas mais frias, onde o uso de aquecedores resseca ainda mais o ar.


  • Desidratação e suas consequências

A baixa umidade do ar pode levar à perda de líquidos corporais de maneira mais rápida, prejudicando o funcionamento dos sistemas orgânicos, incluindo o trato gastrointestinal.


A desidratação severa pode aumentar o risco de constipação, conforme já mencionado, e também pode alterar a composição da microbiota intestinal, afetando negativamente a digestão e o metabolismo de nutrientes.


  • Impacto sobre a microbiota intestinal

O ambiente no qual vivemos influencia a composição e a diversidade da microbiota intestinal, que desempenha um papel crucial na digestão, imunidade e saúde em geral.


Embora o impacto direto da umidade na microbiota ainda seja uma área de pesquisa emergente, sabe-se que alguns fatores frequentemente associados ao clima seco podem alterar o equilíbrio das bactérias intestinais, resultando em desequilíbrios que podem favorecer doenças inflamatórias ou problemas digestivos. São eles:


  • Desidratação

  • Estresse

  • Mudanças na alimentação


4. Efeito da pressão barométrica e atividades intestinais

A pressão barométrica, que varia com as mudanças climáticas e geográficas, também pode afetar a saúde intestinal, ainda que de forma sutil.


  • Síndrome do Intestino Irritável

Algumas pesquisas indicam que mudanças bruscas de pressão atmosférica podem exacerbar sintomas da Síndrome do Intestino Irritável, incluindo dor abdominal e alterações no trânsito intestinal.


Pacientes relatam piora dos sintomas em climas extremos, tanto em temperaturas muito frias quanto muito quentes.


Alterações sazonais e saúde intestinal

Muitas condições gastrointestinais parecem seguir um padrão sazonal. Isso pode estar relacionado a vários fatores, incluindo:


  • Mudanças na dieta

  • Níveis de atividade física

  • Clima

  • Exposição à luz solar


Distúrbios gastrointestinais sazonais

Com relação aos distúrbios gastrointestinais sazonais, pesquisas mostram que algumas condições podem piorar durante certas épocas do ano. Uma explicação possível para isso é a maior exposição ao estresse e às mudanças na dieta, típicas de determinadas estações. Entre as condições, estão:

Vitamina D e saúde do intestino

Nesse cenário, também devemos falar do papel da vitamina D, uma vez que a exposição à luz solar e os níveis da vitamina também podem estar associados à saúde intestinal.


Em climas frios, a menor exposição ao sol pode reduzir os níveis de vitamina D, que é um hormônio importante na regulação do sistema imunológico. Estudos sugerem que baixos níveis de vitamina D estão associados a um aumento na inflamação intestinal, o que pode piorar condições como:


Mudanças climáticas e o impacto no sistema digestivo

As mudanças climáticas globais também podem ter um impacto considerável sobre a saúde intestinal, especialmente por meio de mudanças no padrão alimentar e aumento da exposição a patógenos.


Doenças transmitidas por alimentos e água

O aumento das temperaturas globais e a ocorrência de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, podem aumentar o risco de contaminação por patógenos gastrointestinais, como bactérias (e.g., Salmonella, E. coli), vírus (e.g., norovírus) e parasitas.


Em regiões onde o sistema de saneamento é menos robusto, as mudanças climáticas podem exacerbar surtos de doenças diarreicas.


Mudanças nos padrões alimentares

A elevação das temperaturas e a maior imprevisibilidade climática podem afetar a produção agrícola e, consequentemente, a disponibilidade de certos alimentos. Isso pode alterar a qualidade da dieta e, por extensão, a saúde intestinal, já que uma alimentação balanceada, rica em fibras, é essencial para o bom funcionamento do sistema digestivo.


Mantenha bons hábitos de vida

Os estudos que relacionam o clima e o intestino, bem como as mudanças climáticas e seus impactos gastrointestinais são recentes, mas são questões que têm impactado significativamente em nossa qualidade de vida.


Temos que nos adaptar a essas mudanças que estão acontecendo à nossa volta, tentando adotar cada vez mais hábitos saudáveis de vida. Em nosso blog temos vários textos que podem ajudar a te guiar na busca pela saúde intestinal.


Devemos também fazer a nossa parte

O papel de nós como cidadãos também é fundamental para fazer a diferença, como escolher nossos líderes na busca por um mundo melhor para se viver deve ser uma constante.


E cada um pode também contribuir com sua parte, buscando práticas sustentáveis, menos desperdício e ajudar o próximo.


Não existe outro planeta para nós. A vida é aqui e agora.

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